domingo, outubro 30

E foi hoje que reservei o meu lugar "In And Above Man" :


Paraiso?

Hoje em conversa ocorreu-me uma coisa louca! Daqui saiu mais uma daquelas loucas teorias que nao lembram a ninguem, que eu adoro ter e discutir!
Vamos por um momento sair da realidade e pensar como se Adao e Eva tivessem mesmo existido...
Adao e Eva (nao atribuindo culpa a nenhum dos dois) amaldiçoaram para sempre a raça humana, que para sempre tera de sofrer para viver, tera de trabalhar... Se eles nao tivessem comido "a maça", a esta hora estariamos todos no paraiso, sentados numa nuvem a ver passar os dias, felizes e contentes, nas nossas inocencias.
Mas a minha pergunta é, sera que era mesmo bom?
O paraiso nao é bom! Afinal nos vamos para la e nao existe pecado! O que dá gozo na vida é pecado! Nos no paraiso nunca teriamos gula, nunca amariamos na totalidade por ser um sentimento tao forte (e por isso, potencialmente destrutivo), nunca dariamos valor a nada pois nao teriamos de nos esforçar por isso, nao teriamos alcool, tabaco, qualquer tipo de drogas, sexo (provavelmente so para reproduçao), palavoes, faltas de humor, piadas badalhocas, carros competiçoes, insultos (pelo que o elogio perdia o valor), mau tempo, contraditoriedade de ideias e, consequentemente, nao existiria o debate... e muitas outras coisas que imagino que consigam conceber muitas mais, e, provavelmente, mais ate do que eu.
Por isso, acordem! O paraiso nao pode existir! O paraiso é uma contradiçao, e lá apenas se sentiria bem quem vivesse na inocencia de nunca ter conhecido o pecado. Mas eu perfiro saber, a minha teoria é ter conhecimento de tudo, para podermos escolher correctamente e negarmos ao que nao queremos. Se todos vivessemos ainda hoje no paraiso (e aquela maça nao tivesse sido comida), seriamos ignorantes felizes, sem saber o gozo que temos no vicio e nos pequenos prazeres mortais.
E isto me leva a um outro pensamento... poderia existir uma forma de vida ainda melhor do que esta, que, por alguma razao, nao nos tivesse sido permitida ou demonstrada... Talvez pudessemos viver muito melhor se conseguissemos conceber alguma coisa que poderiamos fazer (ou nao fazer), mas que nunca ninguem se lembrou e ninguem sabe que existe. Claro que esta ideia é bem mais complexa e bem mais improvavel de ser real. Afinal há por ai gente a tentar tanta coisa! E gente com uma imaginaçao tao produtiva para loucuras!

segunda-feira, outubro 24

Monumental serenata da UP

Ontem tive a oportunidade de assistir a uma serenata de estudantes no largo da Sé do Porto. Um evento interessante, ainda que eu tenha gostado muito mais duma que ocorreu nas traseiras da igreja de Cedofeita. Era um lugar mais escuro, com menos pessoas, mais pequeno, fazia-se mais silencio, ninguem tinha microfones... quase parecia que nao ocorreu realmente, passado algum tempo, assim como com os sonhos.
As serenatas sao compostas (musicalmente) por fados. É um estilo de musica que nao aprecio especialmente, excepto nestes casos. Nao é o tipico fado das casas de fados, fadistas amadores ou Amalia Rodrigues. É um fado um pouco diferente, mais aluente 'a vida academica, amores e desamores, noites e Luares.
Ainda que a serenata nao fosse tanto quanto esperava tive a oportunidade de voltar a ver o Porto, no centro, coisa que nao acontecia ha demasiado tempo. Adoro a cidade enquanto escurece ou de noite, principalmente no Inverno. Para todos aqueles que ainda nao o conhecem, deveriam visitar a baixa do Porto na época natalicia e deixar-se estar por la ate passar a hora de ponta da tarde. É uma visao extremamente bela da cidade. Tirei algumas fotografias que talvez post aqui, mas ainda nao tive oportunidade de as tirar da maquina.

As mais sinceras desculpas a todos os visitantes assiduos (ou nao) pela nao assiduidade de actualizaçao do blog.

sábado, outubro 15

"Estarei so perante o mar? Estarei apenas eu e ele? Todos os outros nao importarao caso nao queiram inteirar-se do momento, claro! Mas será que nao o querem mesmo? Estarao apenas interessados na atitude e nao no porque ou apenas no porque sem atitude?
Nao importa, consigo ve-los, mas agora nao me poderiam ser mais indiferentes. Prestar homenagem ao mar por baixo da Lua (visivel ou nao) é sempre prioritario a quaisquer perguntas ou cepticismo. Olá outra vez, sera que estas assim tao feliz de me ver que me saltas como um cachorrinho a tentar trepar-me? Viste-me recentemente, ainda ontem! Emboras nao tenhas podido sentir-me, falar-me.
Volto. Todos voces... alguma pergunta? Sem perguntas, sem duvidas, so explicaçoes silenciosas nas entrelinhas de palavras doidas. Entre vos posso sentar-me e olhar o mar enquanto me tenta falar em dois tons diferentes. Posso ouvi-lo, posso percebe-lo... tao facil... Posso sentir-me envolto por tao grande força sem forma, posso voar sobre ele. Mas atrevidamente abala todos dos seus postos, sorrindo suavemente.
Sentados num momento de reflexao, no silencio de todas as palavras... até ao demasiado e 'a insuportavel pausa do tempo, feita para nos. Um momento que ate a Lua se dignou a observar por entre cortinas, a esconder a elegancia astral.
Mas nao tu, em pe entre todos os caidos. Flutuando na areia. Fechas-te em ti, assumidamente e sem importar. No teu tao privado e tao guardado mundo, fechado a sete chaves e escondido em ti. Esse mundo que tanto proteges e te deixa poder estar so entre tantos outros. Aí estas tu, bem perto. Mas, ainda, nao mais do que uma sombra forte. E o eterno desejo de poder mostrar o mundo atraves de meus olhos a todos.
Enquanto o rosto e as maos secam, toda a roupa molhada se cola ao corpo da forma mais fria que consigo recordar. Mas apenas me consegue aquecer. Tanta harmonia em volta, tanta perfeiçao, tanta duvida e tanta certeza, determinaçao, força... tanta beleza que parece nao caber em mim! Sei que nao sou capaz de suporta-la em toda na sua totalidade, entao desisto... e toda ela passa por mim, mas deixo de tentar capta-la, deixo-a entrar e sair de mim, deixando-me algo. Tudo isso, deixo ai mesmo, onde encontrei, para onde voltarei.
Volto. Voltas. A ti, em silencio, em abstinencia de loucura extrinseca ao corpo. Duvido, sorrio...
E em tempo de ultimo registo me encontro em escrita descritiva frenetica de algo que tento registar antes que perca alguma da sua magia. Algo que nunca esquecerei e gostaria de agradecer em todo o explendor do agradecimento que tenho para dar a todos o que comigo o partilharam, mas sabendo-o impossivel. Sei-me agora molhado, sei-me frio no corpo. Por agora dispo-me e deito-me com a janela aberta, na minha tao velha cama entre dois lençois e um cobertor pesado. Deito-me, embora saiba que apos tanta emoçao nao serei capaz de dormir. Reviverei o momento horas a fio ate o esgotar e me permitir descansar..."

by Fernando Vargas

Um texto que, desta vez, foi o proprio Fernando que pediu para ser postado. Isto com a certeza de que poucos o entenderam na totalidade, mas apenas os que podem. Postado e divulgado em forma de homenagem e agradecimento.

quarta-feira, outubro 12

Tonight's music

"who could call my name without regretting
who could see beyond this my darkness
and for once save their own prayers
who could mirror down just a little
of their sun

how could this go so very wrong
that I must depend on darkness
would anyone follow me further down
how could this go so very far
that I need someone to say
what is wrong
not with the world but me

who could call my name without regretting
who could promise to never destroy me
tonight my head is full of wishes
and everything I drink is full of her"

by Katatonia

Ainda hoje estive com uma pessoa que tinha tido uma depressao. Recordo com alguma dor como é estar triste, só e sem nada a que se segurar. Posso ainda agradecer aos Deuses (ou Demonios) o facto de ter tido sempre alguem ao meu lado "follow me further down", enquanto precisei... pena que ja nao seja mais dessa forma, afinal "who could promise to never destroy me" nao foi ninguem.
O resto da letra fica para interpretaçao pessoal, mas, como sempre, aberto para discussao ou apresentaçao de ideias.

Katatonia, que ainda neste presente ano editaram um best of com o nome de Black Sessions, que posso confirmar ser um optimo CD (triplo)! Certamente muitas outras musicas deles aparecerao por aqui.
Posso ainda referir que considero que todo o album apresenta uma optima estrutura e desenvolvimento melodico associado 'as capacidades de grande(s) letrista(s).

Lamento a falta de regularidade com que este blog tem sido actualizado, nao me esqueci, apenas me tem sido completamente impossivel mante-lo actualizado. Mas tentarei faze-lo tantas vezes quantas me for possivel, esperando que sejam suficientes para os nossos visitantes mais assiduos nao perderem o interesse...

quarta-feira, outubro 5

Eclipse

Há tanto tempo que este blog ja pedia uma actualizaçao. Nao, nao o esqueci. Decerto nao tenho passado muito tempo aqui, talvez pelo pouco tempo que o mundo (ir)real me deixa, por problemas tecnicos ou talvez ambas...
Há ja bastante tempo que achei que o facto de o eclipse se ver nesta zona e ser de uma dimensao consideravel, deveria ter mençao e merecia um post. Pois claro, todos vimos a musa Lua durante o dia, provando que, ao contrario do que todos dizem, a Lua nao dá luar graças 'a acçao caridosa do sol! Ela tem o poder de o encobrir!
Ver o dia fazer-se escuro, vento levantar-se com tanta poeira, as sombras de tudo mal definidas e tao estranhas, um mundo tao solitario por poucos segundo... quase tive uma bela visao do que sera o apocalipse, se ele chegar a existir num unico momento de destruiçao.
Foi algo extremamente magico. Espero ainda ter oportunidade de postar aqui algumas fotografias (tiradas sem filtro e dum telemovel, infelizmente) desse belo momento.

A Lua...
Spreading an Eclipse... at her feet!