sexta-feira, julho 20

Com que direito apareço aqui hoje? Talvez com o mesmo direito que sempre tive e ao mesmo tempo com direito que nunca tive. Estranhamente hoje voltei a ter vontade de escrever, nao sobre mim nem sobre o que faço, nao para justificar o desleixo de que este blog tem sido vitima nos ultimos meses nem tao pouco para dar explicaçoes, apenas para soltar um grito solitario que ninguem ouvirá..
Hoje...eu vou falar mal...vou deitar isto tudo abaixo...vou fazer aquilo que muitos nao gostam ou tem medo de admitir/dizer...
Portugal é um pais de tradiçoes, de gente boa, e hoje mais do que nunca é um país que me enoja. Basta abrir um jornal ler algumas linhas e pronto começa o desastre, o desespero, a angustia e principalmente a podridao em que estamos a cair. Nunca tive orgulho de ser portugues e certamente nao vai ser hoje o dia em que vou ter. Orgulho tenho nesta cidade em que nasci e vivo (Porto), tenho orgulho naqueles que construiram a Historia deste país, tenho orgulho daqueles que nos honraram, tenho orgulho da nossa cultura..e cada vez mais me envergonho com esta realidade que é a nossa hoje em dia. A começar pelo ALLgarve, onde tudo acontece..a começar nos raptos, pedofilos e terroristas...de repente parece que vem tudo ao de cima..será que toda a publicidade é mesmo boa publicidade? Alguem se lembra do caso Casa Pia? Quem conhece o Apito Dourado? Sim...é aquele que mostrou que afinal a corrupçao esta de boa saude em Portugal (e nao falo de dirigentes ou arbitros mas sim de juizes e tribunais).
Já que falo neste nosso belo pais como é obvio nao podia deixar passar o caso Maddie nao é verdade? Eu nao critico a atitude da policia nem os seus esforços para a encontrarem, mas, e todos os portugueses que teem desaparecido nos ultimos anos nao tiveram este tratamento porque? Se calhar porque o resto da Europa nao os conhece e realmente agora que o nosso ALLgarve está em alta ha que fazer passar uma imagem minimamente segura a tudo o que é turista senao, os eurinhos nao caem no bolso de quem os espera...
Quem consegue dizer que se orgulha de ser portugues? Quem consegue dizer que o futuro é risonho aqui em terras Lusas?

"Olhai que ledos vão, por várias vias,
Quais rompentes liões e bravos touros,
Dando os corpos a fomes e vigias,
A ferro, a fogo, a setas e pelouros,
A quentes regiões, a plagas frias,
A golpes de Idolátras e de Mouros,
A perigos incógnitos do mundo,
A naufrágios, a pexes, ao profundo.
Por vos servir, a tudo aparelhados;
De vós tão longe, sempre obedientes;
A quaisquer vossos ásperos mandados,
Sem dar reposta, prontos e contentes.
Só com saber que são de vós olhados,
Demónios infernais, negros e ardentes,
Cometerão convosco, e não duvido
Que vencedor vos façam, não vencido." "Os Lusiadas" - Luis de Camoes

segunda-feira, julho 16

The trick is to keep breathing

"She's not the kind of girl
Who likes to tell the world
About the way she feels about herself
She takes a little time
In making up her mind
She doesn't want to fight against the tide


And lately,
I'm not the only one
I say never trust anyone

Always the one who has to drag her down
Maybe you'll get what you want this time around

Can't bear to face the truth
So sick, he cannot move
And when it hurts he takes it out on you

And lately,
I'm not the only one
I say never trust anyone

Always the one who has to drag her down
Maybe you'll get what you want this time around

The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing


She knows the human heart
And how to read the stars
Now everything's about to fall apart

I won't be the one who's going to let you down
Maybe you'll get what you want this time around
(The trick is to keep breathing)
I won't be the one who's going to let you down
(The trick is to keep breathing)
Maybe you'll get what you want this time around

The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing"

by Garbage




A's vezes e' nao somos os unicos, nao somos capazes de fazer o que devemos. O verdadeiro inutil, sempre o fui um pouco, 'as vezes so se torna mais obvio.

Sempre soube que nao tinha grande utilidade, que nao faco bem a ninguem. Mas as vezes sonho alto demais, e caio de mais alto um pouco. Nem sempre estou so e alguem compensa minhas falhas, ainda tenho a indecencia de detestar esse facto.

Lamento, nao sou grande humano, nao o sabiamos ja?!

Pois bem, espero nao ter de ser sempre eu a fazer sofrer (embora seja a unica coisa a que sou realmente bom!).


Mais uma vez, la se perde na opiniao cronicista de espectador, criticador e opinador... e fica mais um desabafo de sentimentos que qualquer outra coisa... talvez o venha a apagar em breve...

domingo, julho 15

Poder

Hoje escrevo um pouco sobre o Poder. E porque nao?

Deixo aqui uma marca sobre o poder que temos de destruir e de criar.


Ora vejamos, todos temos o poder de destruir mundos, se assim o desejarmos. Todos podemos fazer alguem sentir-se pior do que podemos imaginar. Basta escolher bem e executar um plano premeditado de matar alguem. Sabemos assim que as pessoas ligadas a esse alguem alterarao a sua vida e sentimentos. Sabemos tambem que essa pessoa deixara de existir. Se acreditarmos na teoria da borboleta, entao sabemos que mudamos o mundo. Se nao o mundo, entao, pelo menos, os mundos daquelas pessoas.

Pois todos temos o poder de tirar a vida, de destruir. Isso todos sabemos e é extremamente facil ate.

Tambem temos o poder de dar vida, de a criar. Temos o poder de criar uma serie de coisas, algo grandioso, maior do que nos proprios. Assim, sabemos termos mudado o mundo tambem.


Agora a metafora... e' tal qual um castelo de cartas. Começa-se por baixo e vai-se criando. Quando parece que ja o criamos, depois de varias tentativas falhadas, conseguimos terminar o baralho, e estamos realizados. Mas amanha acordamos, olhamo-lo e afinal... poderia levar outro baralho... sabemos tao bem que sim. E superamo-nos. E tentamos.

Levamos meses, anos, decadas ou ate uma vida a criar as coisas que escolhemos. Coisas melhores, piores, frageis ou resistentes, criamos, toda uma vida.

E um dia, sem se saber como nem porque, alguem (que pode muito bem ser o nosso ajudante baralhador de cartas), decide sopra-lo.

Toda uma era de criaçao destruida num momento.


Com tudo o que é realmente importante... fragil, capaz de se destruir em segundos. E quem melhor o pode fazer e' q pessoa que menos o deveria tentar, a pessoa que o deveria (ou que ajudou) a construir...

enfim, o poder vicia, o poder da e tira tudo o que quisermos. Somos poderosos, sim, mas seremos sabios o suficiente para usar esse poder?