"Passou-se uma Lua Cheia. Mais uma de muitas desde ha muito tempo. Tambem a primeira de muitas coisas.Passou-se com tudo o que é vulgar ser, talvez mais ou menos acentuado, mas nada de diferente. Com uma beleza tremenda, como uma musa, com um pequeno vagueio durante a noite para admira-la. Desta vez nao quis saber quando era, nao verifiquei, nao tentei que a hora do devaneiro fosse o momento mais alto da Lua. Voluntariamente, ainda nao sei quando foi, nao querendo saber.Desta vez tudo mudou, tal como das outras vezes, mas sem alguem que notasse ou que se importasse desde ha muito. Afinal passou-se em celebraçao da mesma forma, mas numa celebraçao mais funebre. Positivo ou negativo acarreta sempre a dor que nos queremos negar a nos proprios. Porque desta vez fui como uma lagoa natural escondida numa selva, de forma a nunca ser vista por ninguem.Apenas a Lua me olhou, apenas ela, minha confidente, me viu, se importou e me seguiu com sua mao sobre a minha cabeça, protegendo-me e seguindo-me, de forma a poder guiando-me, tal como no passado, tal qual sempre o fez, mesmo antes de o saber. Apenas eu pedindo-a, tentando tocar-lhe, a correr montes e subir encostas frias, abandonadas pelo dia, com verdes humidos e frios ou pedras poeirentas e agressivas. Eu pedindo-lhe que venha a mim, para me dar algo magico, para temporariamente me tornar algo maior do que eu. Ela controlando-me, guiando-me, nao me deixando desistir e fazendo-me merecer tudo o que me dá e que sinto. Pedindo-me dores e sacrificios que nem sempre entendo ou sou capaz de executar por entre as lagrimas de sangue. Desta ultima vez, como dantes, como será a partir de agora e como sempre foi... so eu e ela. Apenas nós, sós."
Excerto de uma carta de Fernando Vargas, em resposta a uma outra e 'a pergunta de como tinha passado esta Lua Cheia. O titulo foi dado por mim devido 'a primeira frase que constituia apenas a primeira linha, em jeito de titulo... "Esta Lua Cheia foram apenas astros."
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