terça-feira, dezembro 28

Sobrevivencia segundo termos próprios

"Quando me deito, uma luminescencia cinzenta começa a levantar-se de mim.

(...)

Se adicionarmos a coragem que nao tenho 'a tua,
Será facil, fácil até demais,
Falarmos um pela voz do outro,
Tomarmos um corpo,
Com o corpo do outro,
Passarmo-nos um pelo outro,
Pois juntos, com outros tantos e os mais que virao,
Conseguimos, em multidao, ser uma pessoa minima,
De mínimos recursos, digna, porque falhada,
No tentar e no conseguir.

(...)

Observemos, 'a força vermelha de olhar,
Absorvendo, engasgados, o instante.
(...)
E a nossa multidao nao chega a ser um.

(...)
Também nós, os inimigos jurados do horror de esquecer,
Teremos que recuperar,
Para estrategicamente, preparar,
O que aí vem
E também tudo o que nao virá,
A fim de nao sermos agora,
Capturados na descida,
Surpreendidos, sem retorno,
Pela nossa obra-prima,
Pela força da sonífera corrente
Que nos esmaga os ossos da mao
Em tempos de registo,
Em detalhe de afliçao
Procuremos ir 'a volta
E atacar sempre por trás.
Viver protegidos,
De costas viradas, encostadas,
A laminas e paredes.
Encostados, sempre avisados,
Alerta!

Porque somos cada vez menos,
Aqueles que sobrevivem usando os seus próprios termos."

by Fernando Ribeiro in Feridas Essenciais

Nesta entrada decidi nao postar o poema completo pelo simples facto de que é um pouco grande demais. Tentei selecionar algumas partes, fazendo o meu melhor para nao lhe retirar nem modificar o sentido. Mas o que realmente queria eram mesmo os dois ultimos versos, mas se divulgasse apenas essa parte limitaria o seu alcance.

quinta-feira, dezembro 23

Love's Requiem

"Confusion writhes around our hearts impatiently
It drains the faith that lights the dark and sets us free
From the chains of our war and the pain we once called love
The poison of doubt enslaves our minds and we bleed
We abandon the trust that kept us blind and disappear
Under the crimson wings of hate where the lost are safe
Until they love again

The heart of darkness is hope of finding you there
And that hope will be our love's requiem

We pray to the serpent of delight desperately

The questions are answered and we try not to weep
Until we are sure we're suffering for love
In the dungeons of our dreams we're so weak
The promise made to be broken still haunts our sleep
And we wont open our eyes afraid we would die for love

The heart of darkness is hope of finding you there
And that hope will be our love's requiem

The salvation we seek will be waiting us there
In the heart of darkness lonely and scared
With a promise of death for our love
And now that we're free from the chains of our dear love
I'm lost, so lost

The heart of darkness is hope of finding you there
And that hope will be our love's requiem

Take me into your arms and sing me your beautiful song
Hold me until we're one and sing me your beautiful song"

by HIM

Postado em forma de adeus com esperança contraditoria de retorno ao que foi passado nas trevas dum coraçao dum lobo

domingo, dezembro 19

Tal como o Dark Rider já disse nós ontem tivemos o prazer e a honra de estarmos no Hard Club a assistir ao concerto dos Moonspell que na minha opiniao foi genial desde o principio até ao fim. Sempre intenso durante as suas, cerca de, duas horas de duraçao. Para ajudar a tornar a noite de ontem uma noite quase memoravél - nao so pelo concerto mas também pelas pequenas peripécias que ocorreram antes (e que nos fizeram rir depois) - nao poderíamos ter tido melhor companhia (nao achas? ;) ).
O Hard Club estava completamente cheio e eu sei que alguns de vós tal como nós estiveram lá ontem a desejar que o concerto nao acabasse e por isso mesmo vamos fazer aqui uma coisa ligeiramente diferente e vou-vos fazer um pedido. Utilizem o nosso sistema de comentarios, em jeito de forum, para nos deixar também a vossa opiniao sobre o concerto de ontem.
Após um belo concerto que presenciei no Hard Club, no cais de Gaia, com Moonspell e Heavenwood, há pouco mais a dizer. Limito-me entao a dizer que gostei bastante do concerto, mas para mais opinioes ha também a do Black__Rainbow que também esteve presente. Há ainda a referir a quem nao esteve ontem presente no concerto e, por isso, talvez nao saiba, que os Moonspell terao um outro concerto no coliseu do Porto, dia 26 Março, juntamente com os Cradle Of Filth e uma outra banda ainda a anunciar.

Homem Do Leme

"Sozinho na noite
um barco ruma para onde vai.
Uma luz no escuro brilha a direito
ofusca as demais.

E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prend?-lo impor-lhe uma fé...
Mas, vogando ? vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...

E uma vontade de ir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...

No fundo do mar
ja sem os outros, os que lá ficaram.
Em dias cinzentos
descanso eterno lá encontraram.

E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prend?-lo, impor-lhe uma fé...
Mas, vogando ? vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...

E uma vontade de ir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...

No fundo horizonte
sopra o murmúrio para onde vai.
No fundo do tempo
foge o futuro, é tarde demais...

E uma vontade de ir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder..."

by Xutos e Pontapés

Mais uma letra duma musica, uma das mais belas e miticas desta banda. Para além de tudo aquilo que significa apenas para mim, ponho aqui esta letra para, mais uma vez, recuperar um pouco do orgulho em ser-se portugu?s. Sei que os descobrimentos já parecem, para todos uma optima desculpa para a história portuguesa ter algum orgulho, pois quem o demonstra centra-se tanto nesses tao grandes feitos que os gastaram.
Para todos aqueles que na escola sao obrigados parcial ou totalmente a ler aquela tao vasta e terrivel obra, Os Lusiadas, de Camoes, ganha uma certa aversao ao tema. Mas a verdade é que Camoes fala de guerras e viagens de que nunca fez parte, e ele nao passava duma alma leviana, que, ganhou fama apenas depois de morte, porque antes, apenas era um rufia.
Neste tema é descrito também algo que nao é vivido por quem o escreve, mas penso-o valioso pela forma como está descrita.
Um barco viaja sozinho, mas mesmo nas noites negras, há uma luz de esperança que o guia. Mas sendo mais forte que ondas e marés, embora contrariado por outros que tentam prende-lo (Velhos do Restelo, para quem se recorda dos Lusiadas), mas mesmo assim, o destemido Homem do Leme, nao é removido da sua posiçao, mesmo com saudades do que deixa, navega 'a sua vontade. Embora saiba o quanto lhe custa, o sofrimento da vida, e tudo aquilo que custou a todos os navegadores, a determinaçao que nasce em cada coraçao, sente-se mais forte. Como conhecimento, respeito, homenagem a todos os que morrem no mar em dias de tempestade e assim se terminam. E a perda demasiado grande que implicou a viagem...

(Obrigado a F. V. por ter ajudado a escrever esta parte do texto.)

terça-feira, dezembro 14

quarta-feira, dezembro 8

"Demasiado
Tudo parece demasiado num dia normal
Num dia vulgar, qualquer emoçao
é sempre demais

Como a recordaçao
Nao melancolica da nostalgia
e do passado recordado

Agora vejo-o e relembro
Todos os dias
Todas as duvidas
As incertezas e a certeza
O gosto, a energia...
Tudo empenhado no que agora fiz de mim
E em tudo aquilo que agora sou
E sorrio...

Lembrança tao ingenua
Da criança perdida no bosque
Solitaria e guiada pelo desconhecido
Pelo mais belo negro da noite
Pela vida morbida da escuridao
Acordada pelo frio dentro da alma.

A descobrir saber
E perceber
Aquilo que a pode enlouquecer
Tudo a afasta
Todos a veem afundar
Mas nao, apenas está a procurar

E assim, como uma louca procura o cobertor para o doente com febre, que se aquece ficando cada vez com mais frio. Conhecendo de forma brutais e através da violencia, o mundo nunca visto nos seus olhos, para além de si.

Criança que vive o mundo das trevas e que o transpira por cada poro, que o chora com cada olhar e respira-o desde a fresca brisa matinal até ao mais profundo dos seus sonhos.
Mas eles nao o podem ver... nao o sabem, nao o sentem.
A criança foi ensinada a descobrir a visao para alem do que os olhos podem algum dia observar, e a gostar da morte que existe em cada vida.

Nao ha forma de voltar
Nao pode desistir
E voluntariamente decide continuar

Hoje vejo o sentimento de quem o procura
De quem o vive constante
De quem nao esquece
E de quem leva em si o luto
nao chorado de si proprio

Pois nas trevas pode haver mais luz que num dia de sol.
Porque tenho mais frio na lareira incandescente do que na praia noctivaga.
E a hipotermia começa pelo coraçao."


by Fernando Vargas

sexta-feira, dezembro 3

Circle of fear

"Heartache is knocking on her door
Shadows dance outside her window
Tears keep falling on the floor
As the world around her crumbles

If you want to save her then first you have to save yourself
If you want to free her from the hurt don't do it with your pain
If you want to see her smile again don't show her you're afraid
Because your circle of fear is the same

Love can be as cold as grave
A one-way ticket to endless sorrow
An empire of gentle hate
Today without tomorrow

It's the circle of regret
the circle of hate
the circle of death


If you want to save her then first you have to save yourself
If you want to free her from the hurt don't do it with your pain
If you want to see her smile again don't show her you're afraid
Because your circle of fear is the same
"

by HIM

Ciclo vicioso de dor que provoca dor e que por isso provoca dor. Uma salvaçao que se possa fazer por alguem implica também a salvaçao propria. A nunca escolha da dor do outro, mesmo quando isso implica a cura de algumas feridas nunca cicatrizadas.

quarta-feira, dezembro 1

Nada...

"Nada sentes, nada és
És aquela que todos esqueceram
E jamais irao lembrar...
Triste insignificancia
Triste realidade
Vazio é o teu mundo
Vazia tu és,
Triste solidao
Triste consolaçao
Nada representas, nada és

Serás aquela que ninguém irá ajudar
Em ninguém irás tocar
Muito menos amar
Nada sentes, nada és
Ódio, raiva, dor
Nada te faz despertar,
Deste teu sono esquecido
Onde estranha paz parece reinar

Serás aquela que a escuridao irá devorar
Esse é o teu destino
E nao adianta lutares
Nao tens salvaçao, nada mudará
Pois o teu caminho traçado está... "


by Ghost

Poema que me foi entregue pelo autor que parecia nao lhe dar tanto valor quanto eu. Espero ainda receber mais alguns do mesmo autor. Quem sabe, talvez os possa divulgar aqui...
Relativamente a quem o escreveu limito-me a agradecer e a relembrar aquela frase "you are not alone".