segunda-feira, fevereiro 9

Assombrada, triste e desesperada

"Assombrada, triste e desprezada,
Fito o vazio
Vou-te levar a uma visita guiada
As profundezas do meu ser, palido, triste e frio

Entra e olha `a volta a devastaçao interior
Sinal e ferida evidente da ilusao de um anterior... amor

Existencia sem satisfaçao: ingloria
Esta frio e escuro
Vou tentar contar-te a historia
Da minha vida negra, vida de desilusao no seu estado mais duro.

Confusao, lagrimas, sangue interiormente
Ilusao, preces em vao, amor infernal e ardente
Dependencia, desejo, decadencia e impaciencia
Fazem-me doer e desejar morrer quando penso na minha passada existencia.

E cavei, e peguei, e enterrei, e esqueci, e mudei
E pensei, e repensei, e nao entendi, mas sepultei
E elas desenterram-se, e elas matam-me e atormentam-me
Mas escrevo, mas limpo e esqueço, apenas algumas imagens me alimentam.

Cavei, sepultei e esqueci
Mas a grande marca ensaguentada do que ele me fez ainda esta aqui
Agradeço a alguem ou a alguma coisa, porque nunca mais o vi
Desejei-lhe a morte, que se reflectiu na minha sorte
No meu destino sofrido e doloroso

E no meu presente e passado com a sombra projectada da morte
Certeza nao tenho nem terei do que fiz, mas tenho de que o senti
Nao escrevo mentiras, apenas verdades
E so tenho pena de estar longe de ti."


Carolina Chamusqueiro
07/01/2004



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