"Deito-me a pensar
A perfeiçao duma teia
Do cuidado de a tecer
do arder e desaparecer
No tremer da indecisao
duma frágil mao.
Na noite em que o vento suspira e o olhar dum lobo, transparente de reflexo, me olha até ao fundo da alma.
Deito-me apenas. Vejo a rede. Proximal a mim. Aquela que me dá força, e filtra o mal, a que me limita, esforça
reforça
e segura.
E penso, e sei. Isso muda, e existo, e esqueço, e mudou... será?
Sono... mas sonho
Vrikolakas esquecido
Há muito desaparecido
E agora erguido... para mim.
Espeta-me o velho punhal
Crava as negras unhas na carne
Prova esse sangue tao essencial.
Mas essa lamina apenas corta a rede,
dedos que desfazem nós,
que desentrançam fios,
que me desenterram da minha condiçao, pois agora está (/estou) na tua mao.
Porque me devolves o que sou?
Nao desejas o que dou?
Mas nao é tua decisao
Se fico contigo ou nao
E está (/estou) na minha mao.
Teu ardor nao rejuvenesce
Doi-te e ajudo, e tento a vida.
Aceita-me como sou
Esquece a dor que nao te dou.
Deixa tudo e vem comigo
No alto duma praia, contigo
Estás no céu, esta noite.
Se sobreviver
De manha, no Sol, te vou ver.
Nas chuvas - Nas tuas lágrimas
(Vou viajar - Vou afogar)
Nas tuas lágrimas
Apenas demasiadas
Pela promessa de nao serem derramadas"
by Fernando Vargas
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