"Demasiado
Tudo parece demasiado num dia normal
Num dia vulgar, qualquer emoçao
é sempre demais
Como a recordaçao
Nao melancolica da nostalgia
e do passado recordado
Agora vejo-o e relembro
Todos os dias
Todas as duvidas
As incertezas e a certeza
O gosto, a energia...
Tudo empenhado no que agora fiz de mim
E em tudo aquilo que agora sou
E sorrio...
Lembrança tao ingenua
Da criança perdida no bosque
Solitaria e guiada pelo desconhecido
Pelo mais belo negro da noite
Pela vida morbida da escuridao
Acordada pelo frio dentro da alma.
A descobrir saber
E perceber
Aquilo que a pode enlouquecer
Tudo a afasta
Todos a veem afundar
Mas nao, apenas está a procurar
E assim, como uma louca procura o cobertor para o doente com febre, que se aquece ficando cada vez com mais frio. Conhecendo de forma brutais e através da violencia, o mundo nunca visto nos seus olhos, para além de si.
Criança que vive o mundo das trevas e que o transpira por cada poro, que o chora com cada olhar e respira-o desde a fresca brisa matinal até ao mais profundo dos seus sonhos.
Mas eles nao o podem ver... nao o sabem, nao o sentem.
A criança foi ensinada a descobrir a visao para alem do que os olhos podem algum dia observar, e a gostar da morte que existe em cada vida.
Nao ha forma de voltar
Nao pode desistir
E voluntariamente decide continuar
Hoje vejo o sentimento de quem o procura
De quem o vive constante
De quem nao esquece
E de quem leva em si o luto
nao chorado de si proprio
Pois nas trevas pode haver mais luz que num dia de sol.
Porque tenho mais frio na lareira incandescente do que na praia noctivaga.
E a hipotermia começa pelo coraçao."
by Fernando Vargas
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