"Sozinho na noite
um barco ruma para onde vai.
Uma luz no escuro brilha a direito
ofusca as demais.
E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prend?-lo impor-lhe uma fé...
Mas, vogando ? vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...
E uma vontade de ir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...
No fundo do mar
ja sem os outros, os que lá ficaram.
Em dias cinzentos
descanso eterno lá encontraram.
E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prend?-lo, impor-lhe uma fé...
Mas, vogando ? vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...
E uma vontade de ir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...
No fundo horizonte
sopra o murmúrio para onde vai.
No fundo do tempo
foge o futuro, é tarde demais...
E uma vontade de ir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder..."
by Xutos e Pontapés
Mais uma letra duma musica, uma das mais belas e miticas desta banda. Para além de tudo aquilo que significa apenas para mim, ponho aqui esta letra para, mais uma vez, recuperar um pouco do orgulho em ser-se portugu?s. Sei que os descobrimentos já parecem, para todos uma optima desculpa para a história portuguesa ter algum orgulho, pois quem o demonstra centra-se tanto nesses tao grandes feitos que os gastaram.
Para todos aqueles que na escola sao obrigados parcial ou totalmente a ler aquela tao vasta e terrivel obra, Os Lusiadas, de Camoes, ganha uma certa aversao ao tema. Mas a verdade é que Camoes fala de guerras e viagens de que nunca fez parte, e ele nao passava duma alma leviana, que, ganhou fama apenas depois de morte, porque antes, apenas era um rufia.
Neste tema é descrito também algo que nao é vivido por quem o escreve, mas penso-o valioso pela forma como está descrita.
Um barco viaja sozinho, mas mesmo nas noites negras, há uma luz de esperança que o guia. Mas sendo mais forte que ondas e marés, embora contrariado por outros que tentam prende-lo (Velhos do Restelo, para quem se recorda dos Lusiadas), mas mesmo assim, o destemido Homem do Leme, nao é removido da sua posiçao, mesmo com saudades do que deixa, navega 'a sua vontade. Embora saiba o quanto lhe custa, o sofrimento da vida, e tudo aquilo que custou a todos os navegadores, a determinaçao que nasce em cada coraçao, sente-se mais forte. Como conhecimento, respeito, homenagem a todos os que morrem no mar em dias de tempestade e assim se terminam. E a perda demasiado grande que implicou a viagem...
(Obrigado a F. V. por ter ajudado a escrever esta parte do texto.)
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