sábado, outubro 15

"Estarei so perante o mar? Estarei apenas eu e ele? Todos os outros nao importarao caso nao queiram inteirar-se do momento, claro! Mas será que nao o querem mesmo? Estarao apenas interessados na atitude e nao no porque ou apenas no porque sem atitude?
Nao importa, consigo ve-los, mas agora nao me poderiam ser mais indiferentes. Prestar homenagem ao mar por baixo da Lua (visivel ou nao) é sempre prioritario a quaisquer perguntas ou cepticismo. Olá outra vez, sera que estas assim tao feliz de me ver que me saltas como um cachorrinho a tentar trepar-me? Viste-me recentemente, ainda ontem! Emboras nao tenhas podido sentir-me, falar-me.
Volto. Todos voces... alguma pergunta? Sem perguntas, sem duvidas, so explicaçoes silenciosas nas entrelinhas de palavras doidas. Entre vos posso sentar-me e olhar o mar enquanto me tenta falar em dois tons diferentes. Posso ouvi-lo, posso percebe-lo... tao facil... Posso sentir-me envolto por tao grande força sem forma, posso voar sobre ele. Mas atrevidamente abala todos dos seus postos, sorrindo suavemente.
Sentados num momento de reflexao, no silencio de todas as palavras... até ao demasiado e 'a insuportavel pausa do tempo, feita para nos. Um momento que ate a Lua se dignou a observar por entre cortinas, a esconder a elegancia astral.
Mas nao tu, em pe entre todos os caidos. Flutuando na areia. Fechas-te em ti, assumidamente e sem importar. No teu tao privado e tao guardado mundo, fechado a sete chaves e escondido em ti. Esse mundo que tanto proteges e te deixa poder estar so entre tantos outros. Aí estas tu, bem perto. Mas, ainda, nao mais do que uma sombra forte. E o eterno desejo de poder mostrar o mundo atraves de meus olhos a todos.
Enquanto o rosto e as maos secam, toda a roupa molhada se cola ao corpo da forma mais fria que consigo recordar. Mas apenas me consegue aquecer. Tanta harmonia em volta, tanta perfeiçao, tanta duvida e tanta certeza, determinaçao, força... tanta beleza que parece nao caber em mim! Sei que nao sou capaz de suporta-la em toda na sua totalidade, entao desisto... e toda ela passa por mim, mas deixo de tentar capta-la, deixo-a entrar e sair de mim, deixando-me algo. Tudo isso, deixo ai mesmo, onde encontrei, para onde voltarei.
Volto. Voltas. A ti, em silencio, em abstinencia de loucura extrinseca ao corpo. Duvido, sorrio...
E em tempo de ultimo registo me encontro em escrita descritiva frenetica de algo que tento registar antes que perca alguma da sua magia. Algo que nunca esquecerei e gostaria de agradecer em todo o explendor do agradecimento que tenho para dar a todos o que comigo o partilharam, mas sabendo-o impossivel. Sei-me agora molhado, sei-me frio no corpo. Por agora dispo-me e deito-me com a janela aberta, na minha tao velha cama entre dois lençois e um cobertor pesado. Deito-me, embora saiba que apos tanta emoçao nao serei capaz de dormir. Reviverei o momento horas a fio ate o esgotar e me permitir descansar..."

by Fernando Vargas

Um texto que, desta vez, foi o proprio Fernando que pediu para ser postado. Isto com a certeza de que poucos o entenderam na totalidade, mas apenas os que podem. Postado e divulgado em forma de homenagem e agradecimento.

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