sábado, maio 6

Mais uma vez por aqui e ainda com o tema de Moonspell, o seu novo album e o seu primeiro concerto da tour no HardClub. Como foi decerto notado por todos, os Moonspell estao agora a começar a ser notados entre os media nacionais, depois de terem ja sido considerados um sucesso no estrangeiro... Algo estranho, mas que aconteceu. De certa forma, os media voltaram-se para os Moonspell e, de facto, ja houve reportangens na televisao, artigos e entrevistas em jornais, musicas no radio e ate ja conseguem liderar (agora tambem em Portugal) a tabela internacional de discos...
Assim, dado ter tido a oportunidade de ler um artigo do JN, achei por bem colocar aqui alguns excertos do que lá foi escrito. Algumas coisas colocarei aqui apenas pela total discordancia. Ainda assim, todos poderao ler o artigo, com certeza nao sera dificil de encontrar.

O titulo desta pagina e meia dedicada a Moonspell tem o titulo "O doce triunfo do vil metal"

Estas seguintes palavras foram escritas por José Miguel Gaspar:

"Sao a unica banda portuguesa de 'heavy metal' reconhecidamente internacional"
(em forma de sub-titulo)

"Isto e quilo é o "Memorial", fresco capitulo acabado de sair e que anteontem levou 666 espectadores - é o registo factual da cabalistica contabilidade dos bilhetes vendidos - ao Hard Club (...)"

"Uma hora exacta depois de terem pisado o palco - impressiona a sua rectidao pontual, exemplar num pais que se atrasa por tudo e para nada -, os cinco Moonspell deixam as tabuas e a plateia rendida. É uma saida programada para o interludio; é aqui que cabe ao publico sauda-los e gritar o exigido regresso. Já havia escorrido a totalidade de "Memorial", disco tocado de um só jorro, colhido como se todos o soubessem de cor."
(muitos o sabiam mesmo de cor, afinal o album estava 'a venda desde a segunda-feira anterior; deveras louvavel pontualidade e ainda mais a capacidade de se dar semelhante espectaculo e ser capaz de o fazer durar 2 horas)

"O regresso é uma impressao, é quase o apocalipse. É "Opium", um esticao num bruto bruá que é também uma cançao doce, um doce vicioso para brancos transidos, um exito que desliza ate ao dorso de Fernando Pessoa (...) O hit "Opium" é do disco que os abriu ? Europa, Irreligious (...) que rendeu 120 mil exemplares. A julgar pela vibraçao, dir-se-ia que todos eles estavam ali."

"(...) e levantam-se todos os braços no ar, 666 aos pares, espetados, braços cornudos bramidos."
(uma bela descriçao do \m/)

"«Alma Mater» (...) e a voz de Fernando Ribeiro toda a jorrar no ar"
(adorei esta, uma vez que foi nesta musica que o microfone ficou sem fio!)

"O publico continua a subir paredes acima (...) recitar ate ao arrepio do urro final "Virando as costas tao mundo(...)"
(muitos percebem o arrepio na espinha da Alma Mater, mas depois de a ver ao vivo... quem pode escapar?)

"(...) retomam o 'mosh' num virulento empurra-empurra, chega-chega num ringue preto em que se brinca 'a violencia. E depois as luzes explodem e festeja-se com palmas - e tornam os braços chifrudos, alguns deles com belas punheiras de picos."
(gostei do termo «brinca»)

"(...) as cabeleiras mantinham-se firmes naquele gesto de tesura que o publico tanto aprecia fazer: estica-se o torso, cerra-se a mandibula e lança-se o pescoço numa cuspidela seca como quem faz a paradinha do penalty.
É o que é preciso para o gracioso efeito do cabelo a levantar-se por tras e a erguer-se aberto para depois cair sobre o cranio como uma seda renda e preta. Depois repete-se e repete-se, mais rapido, mais rapido, sempre na delicia da furia fingida."
(mais uma bela descriçao, desta vez do headbanging, que parece aparentar «furia», para quem o ve e nao o sente)

"'As 0.45 horas largaram debaixo da "Full moon madness", refrao sobre a loucura da lua cheia e da tragrdia dos homens que foram lobos e nunca mais o tornarao a ser. "Somos um só e congregamos/Levantamo-nos para procriar."
(dada a musica que foi, achei este momento um pouco pobre para tentar descreve-la, visto ser o hino, que disse o Fernando "nunca deixamos nem deixaremos de tocar"; mas é apenas uma opiniao...)

" (...) como disse Fernando Ribeiro: «há qualquer coisa no metal que me faz GRRRR!». Esa furia é uma coisa doce de se ver".
(o que ele disse, nao foi relativamente ao metal em geral, mas especificamente death metal)

As proximas palavras foram escritas sobre o evento na fnac e a autora é Juliana Pereira:
"A fnac do Gaiashopping foi pequena para acolher tanta gente que quis agraciar a banda(...)"
(nos momentos dos concertos nas fnacs elas encheram o suficiente para eles nao poderem voltar a faze-lo)

"Sem qualquer tipo de vedetismo, os cinco Moonspell acolheram os fas e distribuiram autografos e boa disposiçao"
(nao é de louvar numa banda tao reconhecida e com tantos fans fanaticos?)

"Houve tempo ate tempo para alguns fas colocarem questoes a Fernando Ribeiro e companhia"
(foi apenas uma pergunta...)

"(...) a concentraçao com que todos os fas se apresentavam era absolutamente nvulgar - toda e qualquer palavra dita era engolida com a força de um dogma."

Há ainda uma pequena discordancia quanto ao numero de bilhetes que foi vendido, se realmente foram os 666 finais apos a soma dos 50 vendidos no dia do concerto, ou se esses 50 seriam a somar aos 666 para um total.
Já se considera o Ares como um membro da banda neste artigo, embora o line-up de estudio nao conste da sua participaçao, nao posso discordar.
Costuma dizer-se que os artigos jornalisticos devem conter palavras faceis e frases facilmente perceptiveis, sem opinao de quem o redige e assim mais uma data de regras. Acredito que haja poucas descriçoes tao poeticas e metaforicas como neste artigo, mas nao posso discordar que assim seja! É mesmo a bela forma da poetica metaleira que caracteriza Moonspell! E para que todo o zé povinho saiba que afinal o metal é duma cultura para quem gosta (e por isso o consegue perceber) e quem nao gosta, nao tem nada mais a fazer do que afastar-se e deixar correr... Nao é nada bonito ouvir como se ouviu, um desses zés 'a porta do HardClub a gritar-nos "havia de ser uma bomba ai dentro que ia tudo com a puta que os pariu"...

E, é claro, quando se fala de metal e da sua complexa cultura, muitas coisas nao sao correctamente percebidas por quem esta de fora. Assim, sempre sao cometidas algumas calinadas. Como sempre, cá vai a melhor, que sempre guardo para o final...
"Tradicional saudaçao ao demonio - e ao vocalista Fernando Ribeiro - foi uma constante no espectaculo"
(esta frase está a servir de legenda a uma imagem que ocupa meia pagina e onde se apresenta o palco com a banda e muitos braços com o sinal \m/... e, dito isto, acho que nao preciso de comentar mais nada aqui)

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